A VISÃO

Os olhos, a visão
A partir das 24 semanas o bebé prematuro geralmente abre os olhos e pode ter uma “visão turva “. Gradualmente nas semanas seguintes começa a ter capacidade de focar os objectos à sua volta. Quando o bebé nasce prematuramente os vasos sanguíneos (artérias e veias) no interior dos olhos ainda não se desenvolveram completamente. Pelas 16 semanas começa a desenvolver-se na retina uma rede vascular que forma o seu centro e que gradualmente cobre a sua superfície. Durante os primeiros 2- 3meses após o nascimento (até aproximadamente o tempo em que o bebé devia ter nascido) estes vasos continuam a crescer. Este crescimento vascular nem sempre se dá de acordo com o planejado.

Especialmente no recém-nascido prematuro e mais instável os vasos não crescem de forma apropriada e os vasos “sãos" param de crescer, aproximadamente 2 meses após o nascimento e vasos “aberrantes “ começam a desenvolver-se no seu lugar, condicionando fibrose (cicatriz) no tecido nervoso É sempre grande factor de ansiedade, o diagnóstico de retinopatia da prematuridade (ROP), mas felizmente em cerca de 80% dos casos há uma regressão espontânea.
Alguns bebés necessitam contudo dum tratamento que vai evitar uma lesão, hoje é relativamente raro haver uma perda de visão.

Não se sabe exactamente qual a causa da ROP. Será a variação do ambiente “ in útero” para meio extra-uterino rico em oxigénio?
A monitorização da saturação de oxigénio levou à diminuição da ROP, mas continua a ser um problema importante. São os bebés mais prematuros os que têm maior risco, acima das 32 semanas de gestação é realmente invulgar esta situação.
Cerca de 90% dos recém-nascidos com peso ao nascer inferior a 1000g (idade gestacional menor que 28 semanas) têm algum grau de retinopatia; na maior parte dos casos num grau ligeiro, do qual resulta uma visão normal.

Menos de 30% dos prematuros com idade gestacional inferior a 31 semanas, têm ROP 1 ou 2. Assim se o seu filho nasceu com idade gestacional inferior a 32 semanas sobretudo se necessitou de ventilação e /ou suplementação de oxigénio, a partir das 4 - 6 semanas, o oftalmologista vai passar a examinar a retina e se há alterações o exame será repetido com intervalos de 2 semanas. Na maior parte dos casos há regressão, mas se isso não acontece pode ser necessário um tratamento com Laser que fará parar a proliferação, determinante da doença.
A vigilância oftalmológica é importante no primeiro ano de vida e anualmente de forma seriada, porque a retinopatia condiciona um grau de distorção da retina que pode levar a problemas na refracção no futuro.

O estrabismo é também uma situação mais frequente nos prematuros. Ocorre quando um ou mais músculos que controlam a motilidade ocular estão fragilizados, impedindo que os olhos se movam de forma coordenada. Nas primeiras semanas o estrabismo é normal, mas se persiste e não se trata pode levar à anulação da visão num dos olhos.

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